A instabilidade crônica do tornozelo é uma condição comum, porém frequentemente subdiagnosticada, que afeta especialmente pessoas ativas e esportistas.
Muitos pacientes convivem por anos com episódios repetitivos de torção, dor e insegurança ao caminhar, sem entender que se trata de uma lesão tratável — e, muitas vezes, evitável.

Compreender a anatomia e a biomecânica do tornozelo é essencial para alcançar um diagnóstico correto e, consequentemente, escolher o tratamento mais adequado.
Dependendo do caso, a abordagem pode ser conservadora ou cirúrgica.


🩺 O Que É a Instabilidade Crônica do Tornozelo

A instabilidade crônica ocorre quando os ligamentos laterais do tornozelo perdem a capacidade de manter a articulação estável após entorses repetidas.
Diferente das lesões agudas, que costumam ser tratadas com sucesso sem cirurgia, a instabilidade crônica pode exigir correção cirúrgica para restaurar o equilíbrio da articulação.

Com o passar do tempo, o tornozelo torna-se mais vulnerável a novas torções, dores e desgastes articulares.
Por esse motivo, tanto atletas quanto pessoas com rotina intensa devem estar atentos aos primeiros sinais de instabilidade.


⚙️ Mecanismo das Lesões e Quem É Mais Afetado

As torções do tornozelo representam de 15% a 30% de todas as lesões esportivas.
Em especial, o movimento de inversão — quando o pé “vira para dentro” — é responsável por até 90% dos casos.

Além disso, atividades que envolvem impactos, saltos ou mudanças bruscas de direção, como futebol, basquete, dança, rúgbi e tênis, aumentam consideravelmente o risco de instabilidade ligamentar.
Por outro lado, pessoas sedentárias ou com desequilíbrio muscular também podem desenvolver o problema, embora em menor frequência.


🔍 Causas e Tipos de Lesões

A causa mais comum é o trauma por inversão, geralmente após um salto ou uma pisada irregular.
Inicialmente, o ligamento talofibular anterior tende a se romper, pois é o mais frágil do conjunto.
Se a força do impacto for maior, pode haver também lesões no ligamento calcaneofibular e no talofibular posterior.

Além da causa mecânica, a gravidade da instabilidade pode variar.
Existem diferentes tipos de instabilidade, que devem ser reconhecidos para definir o tratamento correto:

  • Instabilidade funcional: caracterizada pela sensação de insegurança, mesmo sem alterações visíveis nos exames.
  • Instabilidade mecânica: ocorre quando há lesão ligamentar significativa e frouxidão constatada nos testes clínicos.
  • Microinstabilidade: representa uma ruptura parcial do ligamento, um conceito recente e muitas vezes de difícil diagnóstico.

🧠 Diagnóstico: O Papel do Exame Detalhado

O diagnóstico deve começar com uma anamnese completa, avaliando o histórico de torções, a frequência das lesões e os tratamentos anteriores.
Em seguida, o especialista realiza testes clínicos específicos, como:

  • Teste da gaveta anterior
  • Teste de inversão e eversão
  • Avaliação da estabilidade ligamentar lateral

Além disso, exames de imagem — como raios X, ressonância magnética e tomografia computadorizada — auxiliam na confirmação da instabilidade e na identificação de possíveis lesões associadas.

Dessa forma, o médico consegue determinar com precisão se o tratamento ideal será conservador ou cirúrgico.


💪 Tratamento Conservador

Na maior parte dos casos, o tratamento inicial é não cirúrgico.
O foco é recuperar a força muscular, o equilíbrio e a propriocepção — ou seja, a capacidade do corpo de reconhecer a posição do pé no espaço.

Para isso, o ortopedista pode recomendar:

  • Fisioterapia funcional: voltada para equilíbrio, coordenação e fortalecimento dos músculos estabilizadores.
  • Treinamento proprioceptivo: essencial para evitar novas torções.
  • Uso de órteses ou bandagens: que aumentam a sensação de estabilidade durante o movimento.

Com essa abordagem, aproximadamente 80% dos pacientes obtêm melhora significativa.
Entretanto, quando os episódios de torção persistem, a cirurgia passa a ser considerada.


🩹 Tratamento Cirúrgico

Cerca de 20% dos pacientes com instabilidade crônica apresentam frouxidão ligamentar persistente.
Nesses casos, a cirurgia se torna a melhor alternativa para restaurar a estabilidade.

O procedimento pode envolver:

  • Reparo direto dos ligamentos lesionados, quando ainda é possível preservar as estruturas originais.
  • Reconstrução ligamentar, com reforço de tecidos ou enxertos.
  • Correção de desalinhamentos ósseos, se eles estiverem contribuindo para as torções recorrentes.

Além disso, a cirurgia costuma ser realizada por artroscopia, uma técnica minimamente invasiva que reduz o tempo de recuperação e melhora o controle pós-operatório.


👨🏻‍⚕️ Dr. Érico Myung — Especialista em Pé e Tornozelo

O Dr. Érico Myung Rodenbeck é ortopedista com ampla experiência no diagnóstico e tratamento das instabilidades do tornozelo.
Sua prática clínica combina exame físico minucioso, análise biomecânica precisa e planos de tratamento individualizados, sempre baseados em evidências científicas.

Dessa forma, cada paciente recebe um acompanhamento direcionado e eficaz — da prevenção à reabilitação completa.

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🧩 Conclusão

Em síntese, a instabilidade crônica do tornozelo é uma condição complexa, mas que pode ser tratada com sucesso quando identificada precocemente.
O diagnóstico preciso, aliado a uma abordagem personalizada, reduz recidivas e acelera o retorno às atividades físicas e cotidianas.

⚕️ Cuidar do tornozelo hoje é investir em equilíbrio, performance e qualidade de vida no futuro.

Saiba mais sobre prevenção de lesões esportivas no site da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT).

Consulte também a American Orthopaedic Foot & Ankle Society para informações internacionais sobre instabilidade do tornozelo.